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segunda-feira, 11 de maio de 2009

Battisti "a vítima"

Battisti diz que prefere se matar a voltar para a Itália
O ex-guerrilheiro italiano Cesare Battisti falou a uma rede de TV franco-alemã.

Foi a primeira entrevista televisiva nas suas três décadas de fugitivo.

A certa altura, disse o seguinte: "Não voltarei para a Itália...”

“...Não chegarei vivo à Itália, tenho medo demais de chegar à Itália...”

“...Se há uma coisa que ainda é possível escolher, é o momento de sua própria morte".

Real ou retórico, o flerte com o suicídio chega em hora conveniente.

Battisti aguarda com certa ânsia o julgamento do STF.

O tribunal pode validar o status de “refugiado” concedido a Battisti por Tarso Genro.

Mas também pode deferir a extradição requerida pelo governo da Itália.

Trancafiado numa cela de Brasília, Battisti repisou sua defesa às lentes da TV:

"Trinta anos depois me encarceram por crimes que não cometi...”

“...Eu nunca matei, mas fazia parte de uma organização armada...”

“...pratiquei assaltos [...], era um militante qualquer...”

“...Fizeram de mim um monstro, um assassino".

A entrevista parece endereçada às almas dos 11 ministros do STF.

Post original : Blog do Josias



No sábado, como informou com exclusividade o blog “Sem Fronteiras” de Terra Magazine, o presidente italiano Giorgio Napolitano, — um humanista e comunista histórico–, reuniu os familiares das vítimas do terrorismo na Itália.
A reunião ocorreu no palácio Quirinal, sede da presidência da República. Durante os chamados “anos de chumbo” morreram 378 italianos. A razão da reunião foi para marcar a passagem do Dia Nacional de Memória às Vítimas do Terror.
Na sua manifestação, o presidente Napolitano disse ser “incompreensível a indulgência brasileira” com o assassino Cesare Battisti, definitivamente condenado por co-autoria e como mandante de quatro homicídios, dentre eles o de um joalheiro de subúrbio e o de um açougueiro de periferia, num ato de vingança por terem reagido a anteriores assaltos. Nenhuma das duas vítimas era filiada a partidos políticos. Nem tinham atuação política.
Durante a “estação” do terror, organizações terroristas de direita, de esquerda e de anarquistas, tentaram derrubar o Estado democrático italiano. Frise-se: pela arma e não pelo voto.
Como o partido comunista estava em ascensão, e já era o segundo em importância e a impedir que a Democracia Cristã mantivesse a maioria parlamentar, os direitistas, a jogar de mão com a agência de espionagem dos EUA (Cia), promoveram uma série de atentados.
O mesmo foi feito por grupos de esquerda radical, — a mais organizada e feroz foram as Brigadas Vermelhas–, que não aceitavam o eurocomunismo em ascensão, pois este não aceitava a matriz soviética. O eurocomunismo italiano, com o saudoso Enrico Berliguer à frente, era pluralista, democrático e pregava o respeito aos direitos humanos.
No domingo, Cesare Battisti reagiu à manifestação no palácio Quirinal, onde presentes os familiares das suas vítimas fatais e daquelas que foram atingidas, por Battisti e o seu grupo, com tiros nas pernas (muitas ficaram aleijadas): o objetivo era criar pânico e manter as pessoas em casa, longe dos seus postos de trabalho.
Numa entrevista que foi ao ar no domingo, Battisti, –que durante o refúgio na França publicou livros de suspense–, avisou que se suicidará caso seja extraditado para a Itália.
A entrevista foi dada à televisão franco-alemã “Art”. Para um Battisti que matou colhendo vítima de surpresa, com tiro na cabeça dado pelas costas, a sua revelação soou fantasiosa. O covarde Battisti a falar de suicídio, convenhamos, não convence.
Battisti, como já reclamaram os seus ex-companheiros de terrorismo, é um manipulador e que inventa histórias. Na cadeia, onde estava preso como ladrão comum, Battisti conheceu dirigentes da organização terrorista-eversiva que, no cárcere, resolveu aderir.
Battisti disse na gravação transmitida ontem: - “Não chegarei à Itália, tenho muito medo. Existem coisas que podem ser escolhidas, como o momento da própria morte”.
Pano Rápido. O status de refugiado político a Battisti foi concedido pelo ministro Tarso Genro sob fundamento de que Battisti corria risco de perder a vida e de a Itália não ter condições de proteger a sua integridade física.
Como o ministro Tarso Genro não disse de onde tirou tal conclusão (sua decisão, no particular, foi arbitrária pela falta de motivação em prova concreta), fica claro que acreditou em Battisti.
Tarso Genro acreditou mais em Battisti do que no presidente Napolitano, — que em visita o presidente Lula, justamente emocionado pela sua história de luta contra o fascismo–, chamou-o de “companheiro Napolitano”.
O pedido de extradição foi formulado pelo estado italiano, representado pelo presidente esquerdista Giorgio Napolitano e encaminhado pelo então primeiro-ministro Romano Prodi, de centro-esquerda.
Para Battisti e Genro, a Itália está pior do que o Sudão e a Somália.
–Wálter Fanganiello Maierovitch—
Em tempo: Battisti não poderá, em caso de nova fuga, retornar à França, onde a sua extradição já foi concedida pela Justiça
Post original: Blog Sem Fronteiras

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