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segunda-feira, 11 de maio de 2009

SONETO DA FIDELIDADE



De tudo, ao meu amor serei atento...
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto...
Que mesmo em face do meu maior encanto...
Dele se encante mais o meu pensamento...

Quero vivê-lo em cada vão momento...
E em seu louvor hei de espalhar o meu canto...
E rir o meu riso e derramar o meu pranto...
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure...
Quem sabe a morte, angústia de quem vive...
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa te dizer do amor (que tive)...
Que não seja imortal, posto que é chama...
Mas que seja infinito enquanto dure.
(Vinicius de Moraes)

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